As coisas aqui, a princípio, voltaram ao normal. Segundo o jornal local, o fornecimento de energia foi regularizado, consequentemente a água também e já conseguimos encontrar a água mineral Andza à disposição nos mercados. E a internet aqui no hotel também vai bem!
Eu gostaria de falar mais sobre o título do blog, porém, a cada dia eu descubro coisas novas por aqui e acabo adiando. E vou adiar mais uma vez... mas acho que neste início vale a pena contar os detalhes dessa incrível experiência. Espero assim, deixar bons registros, os mais próximos da realidade possível. Bom, alonzy!!!
Recentemente dei-me conta que, não raro, via pessoas fazendo certas "esquisitices" nas ruas. Então soube que existia na cidade apenas um hospital psiquiátrico e que o mesmo acabou sendo desativado. Consequência? Os loucos estão à solta! Esses dias vi um que lutava boxe com um poste (!!!). Pode ser engraçado no primeiro momento, mas isso representa a dificuldade da administração dos recursos de um país que têm outras prioridades. Louco aqui é o de menos.
Mesmo com loucos à solta, a cidade tem violência próxima de zero. Diferente de nosso Brasil. Diversos fatores colaboram: o país não é rota do narcotráfico; o país tem 1,5 milhões de habitantes, sendo 700 mil na capital, o que torna mais fácil o controle; as ruas tem muito policiamento; e com certeza, a questão cultural. Definitivamente, os africanos são um povo muitíssimo ligado à sua crença e isto é a base de toda a educação deles. O respeito ao próximo e a cordialidade regem as relações por aqui. Claro que se tem notícias de pequenos furtos e demais ocorrências, mas nada tão forte quanto o que vemos em nossos portais brasileiros de notícias.
Como já citei em outro post, aqui tudo é muito caro, tudo é importado. Incrivelmente, ligações para o Brasil são uma pechincha! Isso nos surpreendeu. 3 minutos de ligação para Curitiba custou perto de R$ 0,50! Porém, na semana em que faltou água mineral nos mercados, chegamos a pagar cerca de R$ 25,00 por 6 míseros litros de água mineral. Livreville é a décima terceira cidade mais cara do mundo...
Já usei o sistema de saúde. Assim que chegamos um inseto me picou no pulso e estava inchado, dolorido e vermelho. Com medo do mosquito transmissor da malária, corremos para uma clínica particular para fazer exames. Chegamos próximo ao meio-dia. A recepcionista perguntou o motivo da urgência e quando ela viu meu braço, ela disse: Voltem depois das 15 horas. Para ela, meu caso não era urgência. Então fomos para outra clínica, que após certa insistência nos atenderam. Pagamos a taxa de atendimento, ela examinou. Pediu exame de sangue. Enquanto eu aguardava (tensa), pagamos o exame. Feito. Resultado em 40 minutos: não era nada grave. Ufa!
Cerca de duas semanas depois a filha do motorista da embaixada (o mesmo que me levou na clínica e que fez todos os esforços para que eu fosse atendida) ficou doente. Ela foi para um hospital público, ficaram mais de 12 horas para serem atendidos, num dia que estava particularmente mais quente que o normal. Ficaram lá, num local sem ar-condicionado, lotado e a filhinha dele de 5 anos então foi atendida e diagnosticada com asma. Ele saiu de lá sem nenhum remédio e deixou na farmácia 1/3 do seu salário. Isso lembra o nosso Brasil? Porém, existem pequenos detalhes que fazem a diferença. Por exemplo: a primeira clínica não quis me atender, mesmo que eu fosse pagar (???) e no hospital público não deram NENHUM remédio para a filha do motorista. Podem ser detalhes, mas viver e ver isso aqui me deu certa tristeza pelo descaso, mas também fez-me reconhecer os (bons) recursos que temos no Brasil.
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